5 Pra 1: Daniel Arena

5 de outubro de 2016



O engenheiro químico Daniel Arena encontrou a fórmula mágica de juntar a sua paixão pela fotografia e pelas viagens de surf em uma atividade profissional, com a criação da agência de viagens Liquid Trips em 2000.    

Desde então, ele segue um ritmo constante de viagens pelo mundo ajudando surfistas a realizarem suas surf trips, apurando o seu olhar fotográfico e criando um rico acervo de imagens com registros desses locais. Um exemplo disso é o projeto "Marco Polo nos Extremos", no qual se dedica a explorar novas fronteiras para o surf junto com o surfista profissional Marco Polo.

Além disso, Daniel também está envolvido no apoio a eventos dedicados às manifestações artísticas ligadas ao surf, como o Surf Culture na Praia do Forte (Bahia) e o Lagoa Surfe Arte em Florianópolis, evento do qual é um dos organizadores.
  

1 - Como começou o seu envolvimento com a fotografia e o que ela representa na sua vida?

Na época da faculdade, em 1993 cursei disciplinas no Instituto de Artes, na Unicamp, de teoria da fotografia, história da fotografia e laboratório Preto e Branco. Nessa época o universo dessa arte, já me envolveu. O processo de produção de imagens, da ideia até a ampliação final no papel me interessou muito. Mais tarde associei o prazer de viajar com a fotografia, fiz muitas fotos em cromo (slides) e depois, digitais. A fotografia representa para mim, uma forma de expressão artística e também hoje em dia, uma motivação para conhecer lugares novos e poder registrar isso sob meu olhar.



2 - Qual a sua visão sobre a relação do surf com as artes? Fale um pouco sobre os seus projetos pessoais envolvendo o surf, viagens e fotografia/filmes e o seu envolvimento em eventos ligados à cultura surf?

Para mim, estão totalmente ligados! Eu nunca fui fã de surf competição, sempre associei o esporte à camaradagem, natureza, música e expressão pessoal. Lembro das sessões de filmes de surf, da fotografia, da música, de momentos dentro d'água, como se fossem fotos em uma exposição. Para mim, surf e arte são primos próximos!

A Liquid Trips me ajuda de alguma forma a poder fotografar lugares que visito e transformo em produtos para os clientes da agência. Já com o Marco Polo, e nosso projeto "Marco Polo nos Extremos", consigo aliar a descoberta e espírito de aventura, com a fotografia jornalística e artística. Esse projeto me motiva muito a viajar e vivenciar experiências diferentes. Sem dúvida, a busca pelo exótico e desconhecido me motiva muito hoje, e o Marco Polo é o parceiro ideal para essas aventuras.



3 - Quais as suas maiores inspirações em termos de fotografia, dentro e fora do surf?

Sebastião Salgado é o mestre do Preto e Branco, da fotografia social, dos projetos fotográficos cheios de conteúdo. Ele me inspira muito, e creio que a todos os amantes da fotografia. Chris Burkard me inspira no colorido, nas viagens exóticas e nas imagens perfeitas. Kepa Acero, um surfista que me inspira pela serenidade, vibração boa e coragem, além das descobertas!

A sensação da descoberta e aventura, de achar ondas, de ser o primeiro a retratar alguma onda quebrando, aquela sensação de desbravador, me motiva e me inspira muito. Aliar, surf, viagens e fotografia é amplamente inspirador e motivante.



4 - O surf nos leva a conhecer lugares pouco explorados nos roteiros turísticos tradicionais. Quais os lugares mais marcantes que você já visitou para surfar e fotografar e quais fronteiras ainda deseja explorar? Por que?

Sem dúvida, junto com o Marco Polo, em Oman e nas Ilhas Falklands- Malvinas. Esses foram os mais exóticos, sem crowd e diferentes. As vezes as ondas nem são tão boas, mas a procura, a busca, as pessoas envolvidas, o caminho até chegar lá, isso é muito bacana! A sensação é de vitória.

Nos destinos mais convencionais, surfei sozinho no último Atol das Maldivas - que fica abaixo da linha do Equador , onde existia uma base militar britânica na Segunda Guerra Mundial - e também me marcou muito.

Por algum motivo, que não entendo muito, tenho vontade de desbravar o Oriente Médio para o surf. Percebi em Oman, o potencial daquela região. Acho que principalmente pelo povo extremamente gentil e pelo fato do crowd ser zero. Os atóis do Norte das Maldivas, também estão na minha cabeça, tenho já algumas pistas e contatos e com certeza tem muita onda boa por lá. Outro lugar que já ouvi falar é o Arquipélago de Diego Garcia, pareceu bem interessante.



5 - Se você tivesse uma verba ilimitada para produzir algum trabalho fotográfico ou artístico relacionado ao surf o que você faria?

Eu faria uma exposição fotográfica com fotos de line up dos picos mais exóticos do mundo, em condições clássicas. Aquelas fotos que você olha e se imagina ali dentro, surfando a onda de forma livre e infinita.


 Locações das fotos: Ilhas Falklands (Malvinas) e Omã, como o surfista Marco Polo

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