Jazzy Handplanes

28 de agosto de 2012


O projeto de arte colaborativa Jazzy Way To End A Day chega a sua segunda edição, reunindo criações de grandes nomes da surf art mundial sob a curadoria do fotógrafo Jair Bortoleto.

A grande novidade desta edição fica por conta do suporte utilizado: os handplanes de madeira do shaper paulista Rodrigo Matsuda, que produziu 15 modelos posteriormente estilizados e decorados por artistas como Andrew Kidman, Ciro Bicudo, Yusuke Hanai, Pablo Ugartetxea, Andy Davis, Guilherme Tonelli, entre outros.

O resultado pode ser conferido a partir do próximo dia 30 de agosto na loja Art In Surf no bairro Moema na capital paulista, onde os modelos de handplanes ficarão expostos durante dois meses - e serão posteriormente comercializados - oferecendo um panorama autêntico da surf art mundial.  



Conversei sobre este projeto e o crescimento do bodysurf no Brasil com o shaper Rodrigo Matsuda, um apaixonado por surf e madeira. A frente da Lasca Surfboards, ele depurou a sua arte ao longo de mais de uma década morando no Japão, onde aprendeu as melhores técnicas de produção de alaias e handplanes com o mestre Yuichi Endo, utilizando a madeira paulownia (kiri japonês) e selador a base de óleo de linhaça.



1 - Como você enxerga a importância desta aproximação entre as artes gráficas e a atividade shaper?

Acho muito legal essa aproximação pois é a união de duas expressões artisticas: a de dar forma a algo bruto (shapear) e a de dar texturas, cores e imagens passando alguma mensagem para as pessoas, mas isso sem interferir um no outro. Tudo isso agrega mais valor a obra.


2 - Como está a aceitação dos handplanes aqui no Brasil? Você acha que as pessoas estão realmente usando eles para bodysurf ou o apelo é mais decorativo?

Estou no Brasil já faz 1 ano e meio, e neste período vi grandes mudanças. No começo confesso que era mais para decoração mesmo, mas nesses ultimos meses muitas pessoas ja estão surfando com Handplanes. Se for para decoração ou para surfar, fico muito feliz isso me traz uma grande satisfação, ou o meu Handplane alegra o ambiente ou faz com que a pessoa deslize sobre as ondas.



3 - Quais as tuas principais fontes de inspiração nas artes e no teu trabalho como shaper?

O Japão, a cultura japonesa é muito diferente, eles são muito observadores, ligados a natureza, sempre buscando o aprimoramento, superação e tudo com muito respeito. Foi onde também aprendi a shapear, observar as coisas simples com seu grau de importância, a natureza e seu o movimento com a água. Tudo isto influência muito em meu trabalho. Sempre tentando buscar a perfeição para ter orgulho daquilo que faço.


4 - Em linhas gerais, quais as principais diferenças entre os modelos de handplane que você produz?

Gosto muito de brincar com os design dos meus Handplanes: fazer uma marchetaria, me inspirar em pranchas mais antigas como: Fish, simmons,egg e stinger... mas sem nunca esquecer do lado funcional. No Bodysurf costumo dividir os Handplanes em 2 grupos: os para ondas grandes são maiores, com rabeta mais estreita e geralmente com canaletas; para ondas médias e pequenas são menores e mais largos, oferecendo maior sustentação na onda.

Fotos: Divulgação Rodrigo Matsuda / bodysurf - surfista Micah Truax, foto Jair Bortoleto   

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