Foto-Legenda Peru 2011

5 de setembro de 2011

Em agosto fiz uma rápida surf trip ao Peru e compartilho aqui com os leitores algumas imagens e impressões registradas ao longo dos sete dias passados em Lobitos no norte do país e uma tarde na capital Lima.



Guias de viagens e sites com previsões de swell revolucionaram o universo das surf trips. Se antes a aventura rumo ao desconhecido representava a essência de qualquer viagem atrás de ondas perfeitas, hoje é possível otimizar tempo e dinheiro em investidas cirúrgicas em busca de um swell específico. Era o caso de muitos dos surfistas hospedados na pousada, onde mesmo de férias e longe da civilização, ninguém abria mão da internet.




Lobitos oferece esquerdas mais extensas do que qualquer onda no litoral brasileiro (sem contar as pororocas). Os picos de Piscinas e Muelles proporcionam um surf veloz e de alta performance, enquanto o drop cavado em El Hueco representa a onda mais desafiadora da região, em meio a muitas pedras expostas.



Uma onda passando vazia em Lobitos?! Coisa rara em tempos atuais... infelizmente o paraíso peruano está crowd. Hordas de surfistas, muitos deles brasileiros, se espalham pelos picos quando as ondas estão boas. Em certas horas e locais é melhor sair da água para evitar a frustração de ter que disputar ondas com dezenas de outros colegas fissurados.




Fora da água o clima é o melhor possível: café da manhã com vista pro mar na pousada em Lobitos com novos amigos, uma turma de Garopaba que percorreu o litoral com uma van e registrou tudo em um blog.




Em dias de ondas fracas, uma caminhada até Baterias é uma boa opção para tentar fugir do crowd e curtir um belo passeio.





No caminho até onda de Piscinas, que fica situada na área de uma antiga base militar norte-americana construída nos anos 50 e há anos desativada, cruza-se uma vila praticamente desabitada e cheia de construções demolidas encravada na poeira do deserto. Um cenário que dá a impressão de estar circulando por uma cidade fantasma. Mas esta paisagem desolada começa a mudar com o ritmo intenso de construções nas cercanias do pico principal de Lobitos, impulsionado pelo turismo do surf.





Apreciar o visual das pedras, percorrer longas paredes de esquerdas e dar uma volta nos tuc-tucs - uma espécie de charrete motorizada - são programas obrigatórios de quem vai à Lobitos.



O terral soprando de sol a sol, dia após dia, é um alento para a alma de qualquer surfista. Mas a partir do meio dia o vento entra com muita força e os kitesurfers invadem o pico principal. É hora então da turma da remada ir almoçar e só voltar no fim de tarde quando a brisa costuma dar uma trégua.





A cerveja peruana é melhor do que a brasileira e a comida a base de peixes e frango é excelente - apesar da tão falada ameaça do mal estar que o consumo da água local pode provocar.




La Herradura é um dos pointbreaks mais clássicos de Lima.




Vendedor de frutas no bairro de Miraflores imprime um colorido na cinzenta capital peruana.




Quem se aventura de automóvel com pranchas no rack pelas estradas peruanas deve ter uma graninha separada para suprir aos inevitáveis achaques policiais, seja pela falta de um adesivo no carro, do passaporte ou carteira de vacinação de um ocupante do veiculo, ou qualquer coisa que eles inventarem.



Não se engane: ninguém está na água pois a correnteza neste dia estava intransponível!




Existe "surfista-mala" de tudo quanto é nacionalidade e Lobitos está cheio deles. Com muitos brasileiros e uma leva de sedentos profissionais australianos e peruanos marcando presença, muitas vezes a disputa por ondas se tornava uma tarefa estressante. Mas no fim das contas, basta uma boa onda para que você volte a acreditar na magia de uma surf trip.




O por do sol no mar e a visão das plataformas de petróleo são elementos garantidos na paisagem de Lobitos.



Fotos adicionais: Marcos Horn e Fábio Fontoura. Para quem quer curtir um pouco mais do clima do local, vale conferir o divertido vídeo que o colega de pousada Fábio Stevanato fez dos registros de sua passagem pro Lobitos na mesma época em que estive por lá - veja aqui.