24 de setembro de 2010
Esta semana dei uma conferida no campeonato WQS Maresia feminino na Praia Mole em Floripa. Não consegui assistir a nenhuma bateria ao vivo, mas sei que a havaiana Coco Ho - filha do lendário Michael - foi a campeã e as brasileiras Jaqueline Silva (eterna heroína local) e Silvana Lima ficaram em terceiro.
No agradável ambiente do hotel Praia Mole Eco Village troquei uma ideia e algumas raquetadas de pingue-pongue com os camaradas do canal Woohoo, Bruno Bocayuva e Vinícius Araújo. Este foi o terceiro evento de surf no ano em que eles encaram o desafio de transmitir ao vivo as baterias ao longo dos três dias de evento - os outros campeonatos foram o WQS Maresia Pro também na Mole e o Oakley Junior na Joaquina/Campeche, todos em Floripa.
Num esquema de transmissão conjunta com a internet, o Woohoo consegue levar para as casas de um milhão de assinantes do canal de TV a cabo, a oportunidade de assistir a campeonatos de surf como este, ao vivo e na integra.
Esta união da TV com a internet me parece saudável e apenas reflete um movimento inevitável, já que em breve um único monitor deverá integrar toda a nossa experiência audiovisual, quebrando de vez a barreira entre estas mídias.
Na minha opinião, o último WT Hurley Pro em Trestles estabeleceu um novo padrão de excelência em transmissão, investindo na qualidade das imagens e sobretudo conteúdo, com várias inserções pré-gravadas com os surfistas falando de suas pranchas e outros assuntos. No âmbito da TV, a ESPN aproveitou este alto nível de produção em Trestles para estrear o surf competição em seu canal HD.
O padrão de performance e as ondas perfeitas fizeram toda a diferença obviamente, mas, ainda assim, estou certo de que mesmo em condições de surf piores, a transmissão ainda seria atrativa, graças às participações de caras como Barton Lynch, Brock Little e Rob Machado na cabine dos locutores - sem falar no Andy Irons narrando ao vivo uma onda do Jordy Smith e os Hobgoods comentando a performance um do outro durante a bateria.
Bruno Bocayuva e Máurio Borges live & direct
Na praia Mole, Bruno Bocayuva segurou a onda na locução, como sempre, com conhecimento de causa, memória de elefante e comentários sempre informativos e pertinentes - o que é imprescindível para enfrentar uma maratona de baterias em ondas medianas. Junto com ele, o jornalista e comentarista Máurio Borges conferiu o sotaque "manézinho da ilha" e o profundo conhecimento local também importantes para contextualizar um evento realizado em Floripa.
O generoso Máurio inclusive me apresentou ao Bira Schauffert organizador deste evento e de dezenas de outros ao longo dos últimos vinte anos aqui em Santa Catarina. A pretexto das possíveis histórias para o filme Pegadas Salgadas que estou produzindo, os dois personagens relembraram alguns fatos marcantes sobre a consolidação do surf em Floripa e sua importância cultural desde meados dos anos 70, quando ocorreu o primeiro campeonato na Joaquina, passando pelos grandes festivais dos anos 80 até os dias de hoje.
Coco Ho fala ao Woohoo.
Mas voltando ao tema deste post, o mais fascinante é que o formato de cobertura de campeonatos na TV e internet está ainda em processo de definição. Replays instantâneos, entrevistas com atletas logo após as baterias e convidados especiais nas cabines são elementos essenciais para prender a atenção do espectador em qualquer tela. Para a internet, o pacote deve ser ainda mais completo, com website informativo e preparado com antecedência, sistemas de heat on demand, fotos para downloads e tantos outros elementos que ainda podem ser agregados, para combater a tendência à monotonia.
Coco em ação na Mole
Colega de faculdade de jornalismo, lembro do Vinicius na época em que ele estagiava com Ricardo Bocão no famoso programa "Cala Boca Bocão", pioneiro talk-show de surf no Sportv. Certa feita, ele me relatou que tinha acabado de levar o Occy até o estúdio para gravar uma entrevista pro programa junto com o Neco Padaratz. Outros tempos! Hoje no marketing do Woohoo, de novo trabalhando com Bocão, ele aponta uma melhora significativa das transmissões do canal desde o primeiro evento - como a qualidade do sinal e das imagens, apesar das dificuldades.
O que fica latente é que a valorização das coberturas ao vivo de campenatos de surf depende da visão conjunta dos patrocinadores do evento e dos veículos de mídia, na percepção da importância da união de esforços para gerar o tão falado "retorno de imagem" para as marcas envolvidas e os próprios canais de mídia, na conquista de novos anunciantes. Assim como no pingue-pongue, a brincadeira é certamente mais divertida para todo mundo quando existe integração entre os jogadores.
Bruno Bocayuva tem um top spin invocado!
Fotos pingue-pongue: Luciano Burin / Fotos campeonato WQS Maresia: divulgação Woohoo / foto Dane Reynolds: divulgação Hurley Pro / foto: Coco Ho surfando: Basílio Ruy
3 comentários:
Maneiro o assunto abordado...
há tempos que o Brasil tá precisando entrar de cabeça nos streamings esportivos.
O Bocão é um guerreiro pioneiro no surf brasileiro e acho legal de ver que, mais uma vez, ele está pensando lá na frente e enriquecendo ainda mais a cultura surf no país. parabéns WooHoo!
cara eu to com sinal HD aqui em casa e conferi a transmissão da ESPN por acaso quando estava passando os canais... incrível a qualidade...
Acho que as marcas que investem nos seus eventos sejam nacionais e internacionais deveriam em parceria com os canais de TV, montar um estúdio ao lado do palanque/centro técnico e dalí fazer as transmissões, tendo convidados especiais, com replay das ondas, quizz, curiosidades, repórtagens, histórias sobre os locais onde o evento é realizado...
O custo $$$$ ainda é elevado, mas necessário. O principal: agradar e atrair ainda mais os telespectadores. Por enquanto só quem assiste as transmissões somos nós, os fissurados... É pouco. Pode-se chegar num público bem maior o que seria formidável (para todos), porém para que isso ocorra os patrocinadores e organizadores precisam também acreditar...
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