11 de maio de 2010
Aproveito este espaço para divulgar duas iniciativas que merecem repercutir e serem replicadas em todas as regiões litorâneas do Brasil.
Durante a cobertura da etapa do mundial de surf em Imbituba tive a oportunide de conhecer o projeto Procurando Caminho – Resgatando Vidas Através dos Esportes de Aventura, que, como o nome já diz, utiliza o poder de atração de atividades como o surf para ampliar os horizontes e oferecer novas opções de vida para jovens de comunidades carentes de Florianópolis, envolvidos no roteiro trágico do tráfico de drogas e da criminalidade.
Os jovens fizeram um tour por toda a estrutura do evento, além de assistirem a uma palestra com os surfistas Teco Padaratz – um dos padrinhos do projeto -, Guga Arruda e Fábio Carvalho. Veja aqui outras fotos e relatos sobre a visita. Conversei mais a fundo com dois jovens escolhidos para representar o projeto em uma matéria a ser publicada futuramente na revista Soul Surf.
Seus nomes são Jean Oliveira da Silva (foto de abertura) e Ronaldo Modesto de Lima, ambos com 20 anos de idade, sendo o primeiro um novato no projeto e o segundo já atuando como “articulador” para os novos integrantes, o que lhe rendeu o seu primeiro emprego com carteira assinada. Suas histórias retratam uma realidade comum a tantos jovens desviados pela falta de recursos e oportunidades e que, graças a projetos como este, descobrem no surf um estímulo essencial para buscar alternativas mais positivas para suas vidas.
A coordenadora do projeto, Adriana Nieuhes, me contou que o grupo inicial do projeto há dois anos contava com 25 jovens cujos nomes estavam inseridos numa lista para serem executados pelo narcotráfico. Neste contexto dramático, a única exigência que se podia fazer a eles é que freqüentassem o espaço do projeto e participassem das sessões de surf, pois qualquer obrigação adicional, envolvendo escola ou algo parecido já teria o efeito negativo de afastar o interesse destes jovens em situação de alto risco.
Trocar a adrenalina do crime por aquela proporcionada nas ondas do mar provou-se uma alternativa poderosa parar despertar o interesse positivo na mente destas pessoas. Hoje o Procurando Caminho - que é ligado ao Centro Cultural Escrava Anastácia - já conta com 107 jovens inscritos, que saem em média 03 vezes por semana para praticar o surf, divididos em quatro grupos.
A turma do Alto da Caiera surfa na Barra da Lagoa, o grupo do Pastinho surfa no Matadeiro, os moradores do Monte Cristo/Novo Horizonte surfam na Praia Mole e a turma do Brejarú/Frei Damião tem a chance de surfar na Guarda do Embaú. Quando não estão surfando, eles freqüentam o espaço do projeto em tempo integral, recebendo alimentação e participando de atividades como a oficina de conserto de pranchas, a qual aceita doações pelos telefones: (48) 3224.1151 – 8404.5718
Lelot e sua turma
A experiência em Floripa faz eco a iniciativas mais antigas como a da ONG O`Surfe no Rio de Janeiro, um projeto um pouco diferente e muito bem estruturado, capitaneado pelo shaper Henry Lelot e seu pai Berto Filho. No ano passado tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o projeto a estrutura da O`Surfe no Recreio dos Bandeirantes, onde Lelot me apresentou alguns alunos e falou das várias iniciativas desenvolvidas em torno da cidadania proporcionada pelo surf. (leia aqui).
Hoje, fico muito contente em receber notícias de que o projeto alcança um reconhecimento cada vez maior e que as idéias positivas acabam por se materializar, como mostram estes trechos do material de divulgação enviado a mim pela jornalista Viviane Freitas:
Angela Bauer, pro-longboarder, conversa sobre ecologia com os jovens da O`Surfe
A Organização Surfe do Brasil está entre as 20 finalistas do Troféu Responsabilidade Social Carlos Fernando de Carvalho, criado pela Associação de Imprensa da Barra da Tijuca (RJ). A O'SURFE já foi uma das 05 instituições premiadas em 2007 e espera chegar entre as 10 este ano.
O Centro de Treinamento O’Surfe, através do esporte dos reis, está formando uma nova geração de atletas como o potiguar John Max que já treina desde 2007 e, neste ano, se tornou o mais jovem competidor a estrear o Brasil Surf 2010. Com mais de 300 jovens aguardando a sua chance na fila de a espera, o Surfe Clube atua, além da integração social e familiar, na formação de grandes campeões no esporte e não apenas ensiná-los a ficar em pé sobre a prancha.
Os atletas Patrick, Venancio Pimenta, Lucas Soares e Victor Soares
O trabalho social é prioridade, mas abrange tanto pessoas de baixa renda ou não. No final de 2009, a ONG ganhou o certificado de Mérito Esportivo, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o qual proporciona incentivo fiscal para empresas que tenham interesse em apoiar o projeto (com redução de 4% no ICMS). Em 2010, estão inscritos cerca de 50 jovens de comunidades de toda a orla do Rio, entre elas, o Terreirão (Recreio dos Bandeirantes), Rocinha, Cantagalo, Vidigal, entre outras. A estrutura conta com duas salas para atividades físicas, uma sala de informática, sala de vídeo, alojamento e oficina/escola de pranchas.
Saiba mais sobre o projeto Procurando Caminho clicando aqui. Acesse informações da O`Surfe clicando aqui.
3 comentários:
Boa nota, obrigado por mostrar o importante trabalho que surfistas corajosos desenvolvem para melhorar a qualidade de vida de todos nos...
and surf will sent them free....!!!
Abraco desde Mar del Plata!!!!
Tomas O.K.
Oi Luciano, estou fazendo meu trabalho de conclusão da faculdade (publicidade-pucrs) sobre a relação entre surfe, arte e propaganda, e o teu blog tem acrescentado muito nas minhas pesquisas... Estou procurando alguma coisa sobre os melhores filmes desde 2000, mas não achei referências muito exatas, além dos q eu conheço... queria saber se vc pode me ajudar... Obrigado e parabéns pelo blog.
Jordana,
Preciso que voce me passe o teu endereço de email para que eu possa te responder.
Mande uma mensagem diretamente para: lucianoburin@gmail.com
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