Contato Profissional

17 de março de 2010

Os avanços na tecnologia da informação permitem que hoje praticamente qualquer pessoa minimamente familiarizada com um computador crie o seu canal pessoal de comunicação na internet, no formato de um site, blog ou rede social – como é o caso deste jornalista que vos escreve.

Aos poucos, os surfistas profissionais vão abraçando esta idéia e descobrindo o prazer de expressar as suas opiniões e visões sobre os mais variados assuntos e de promover uma interação direta com os seus admiradores ao redor do planeta. Pesquisei alguns destes canais de comunicação pessoal dos atletas, com especial ênfase nos blogs, por acreditar que esta seja a ferramenta mais completa dentro da internet.

O resultado é uma interessante gama de abordagens oferecidas pelos surfistas profissionais, que encontram em seu ponto comum o entendimento de que uma imagem positiva e consistente, - e que no fim das contas diferencie um atleta dos demais -, se faz não somente pelo desempenho do surfista dentro das competições e fotos de anúncio, mas pela maneira dele expressar a sua visão e reflexão sobre a sua atividade e o mundo que o cerca.



Particularmente acompanho e me interesso mais por aqueles surfistas ligados em transmitir uma visão mais artística e “soul” da prática do surf. Nesse quesito, merece destaque o blog Marine Layer do Dane Reynolds, cujo conteúdo é repleto de fotos, vídeos e referências produzidas pelo próprio, num olhar que mistura poesia e rebeldia e, de certa maneira, complementa com propriedade a atitude e performance deste atleta dentro d`água.



Entre os surfistas brasileiros talvez quem mais se aproxime dessa abordagem artística e mais ampliada sobre o que o surf representa é Junior Faria com o seu blog Velvet Glide, que reúne fotografias e reflexões pessoais bem legais de suas andanças pelo mundo.




Com olhares mais focados no circuito profissional, os blogs pessoais dos grandes surfistas australianos Mick Fanning e Joel Parkinson revelam uma percepção de marketing que coloca a internet como um valioso suporte para a visibilidade dos atletas frente aos seus patrocinadores.

Não que isto signifique uma comunicação fria e impessoal: uma das coisas mais legais que li nos últimos meses na internet foi o depoimento sincero de Parko em seu blog, comentando a perda do título mundial para Mick Fanning na última etapa do circuito WCT em Pipeline e o gesto de ir carregar o amigo campeão, mesmo diante da dor e decepção pela sua derrota pessoal.



Publicado poucas horas depois do evento, a enxurrada de comentários de apoio dos leitores que se seguiram claramente sensibilizaram o autor, promovendo uma aproximação genuína entre Parko e os seus fãs - e revelando detalhes muito interessantes e positivos sobre a sua personalidade. E no fim das contas, é este o grande poder de integração da internet, que possibilita um contato pessoal e sem fronteiras entre as pessoas, algo inimaginável até alguns anos atrás.

Entre os demais surfistas profissionais que curtem e apostam nessas ferramentas, estão os irmãos Hobgood, com uma atualização freqüente em seu canal na internet. No Brasil, Marcelo Trekinho, Binho Nunes e Stephan Figueiredo são outros exemplos de surfistas que possuem blogs bastante ativos, cada um com a sua visão própria e liberdade de expressão.



Numa outra frente, o site/blog de Julian Wilson é daquele tipo que parece ter sido feito sob encomenda pelo seu patrocinador, sem grande interferência do atleta, o que na minha opinião tira muito da legitimidade e atratividade para o leitor. Em outras frentes, surfistas como Taj Burrow, Bede Durbidge e Adriano de Souza apostam mais em redes sociais como o Facebook e o Twitter, oferecendo uma infinidade de possibilidades para os leitores obterem mais informações sobre os seus atletas preferidos.



Em todos os casos, estas iniciativas me parecem bastante saudáveis, desde que sejam criadas de maneira consciente, por livre e espontânea vontade, e não por uma pressão de um patrocinador, ou do próprio atleta, movido pelo sentimento de que “tenho que estar presente na internet de alguma maneira”. Numa reflexão final, acredito que, assim como toda e qualquer ferramenta, a internet só irá funcionar direito quando bem utilizada.

Clique nos nomes dos atletas para acessar os seus respectivos blogs e sugira na seção de comentários outros blogs legais de surfistas profissionais para os demais leitores.

Crédito foto de abertura: transCams